Um dos grandes personagens da música brasileira nasceu Frederico Mendonça de Oliveira, tendo se tornando posteriormente o lendário guitarrista Fredera – e não Frederah (Acrescentaram-lhe um h no nome para atender os propósitos da numerologia, algo que tratou logo de dispensar: “Não tem essa de h”). Músico, compositor, artista plástico e escritor, Fredera nasceu no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, e aprendeu música ouvindo jazz e música erudita no rádio e na discoteca da família.
De 1968 a 1969 tocou para dança na noite carioca, tendo integrado posteriormente o grupo Turma da Pilantragem, com o qual lançou dois LPs homônimos. Na década de 1970 passou a integrar o grupo Som Imaginário, criado para acompanhar Milton Nascimento quando do relançamento de sua carreira como cantor e compositor. A partir disso o grupo lançou os LPs Som Imaginário (1970), Som Imaginário (1971) e Matança do Porco (1973).
Entre seus parceiros musicais estão Fernando Brant e Wagner Tiso, com quem integrou o Clube da Esquina. Suas canções foram gravadas por artistas como Marcos Valle, Maricenne Costa e pelo grupo Roupa Nova, tendo atuado ao longo de sua carreira com artistas como Milton Nascimento, Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Raul Seixas, Fafá de Belém, Marcos Valle, Lô Borges, Beto Guedes, Paulo Moura, Paulinho Nogueira, Ivan Lins e Gonzaguinha. Em 1981 lançou o LP solo Aurora vermelha, disco instrumental que selou definitivamente sua carreira como guitarrista, compositor, arranjador, orquestrador e como um dos principais nomes da música brasileira e mundial.
Desde 1984 vive em uma espécie de autoexílio na cidade de Alfenas, no sul de Minas Gerais, onde se dedica ao jazz, à pintura, à escultura, aos concertos de sua Oficina de Guitarra e Baixo e ao ensino musical, passando aos seus alunos não somente notas musicais, mas também sua experiência como intelectual e artista politicamente engajado. É detentor de um repertório de informações que possibilita a seus alunos se enxergarem na condição de músicos de uma forma muito peculiar, dotando-os de um sensível olhar acerca da postura artística.
Em meio a gatos e plantas, o artista prepara para 2018 o lançamento de seu último álbum antes de sua passagem, Balada a um Anjo na Terra – Iris Blues, título e subtítulo homônimos a este filme e alusivos a sua assunção como ser e como criatura consciente de sua inserção cósmica de uma Vontade Superior.
TRAJETÓRIA ARTÍSTICA
1968 Forma com José Roberto Bertrami (depois Azymuth) e Robertinho Silva (depois Som Imaginário) um trio para dança na noite no Canecão, Rio de Janeiro, prosseguido tocando para dança e ambiente com os dois músicos na Cervejaria Schnitt. Posteriormente integra o grupo de show do Canecão com Robertinho Silva e Romildo.
1969 Forma com José Roberto Bertrami, Márcio Montarroyos, Raul de Souza, Ion Muniz, Vítor Manga e Alex Malheiros (até hoje Azymuth) o grupo Pila Sete, que acompanhava a Turma da Pilantragem, comandada por Nonato Buzar. No mesmo ano participa da gravação do LP Pilantragem Internacional, cuja proposta era submeter sucessos estrangeiros ao formato da Soul Music, estilo adotado pelo movimento Pilantragem como símbolo musical. No mesmo ano forma com Robertinho Silva, Hélio Celso Suarez, Oberdan Magalhães, Bill Vogel, Romildo Baixista, Betinho Esparadrapo e Raul de Souza o Impacto Oito, grupo para dança onde atuou como músico, arranjador e diretor musical, tendo o preparado para gravar o LP Impacto Oito, ficando responsável pelos arranjos.
1970 Ingressa no grupo Som Imaginário em sua terceira formação, com o qual participa do show de Milton Nascimento na Sucata, Rio de Janeiro, e com quem grava o LP Som Imaginário (no qual constam suas composições Sábado, Nepal e A Pantera, esta última em parceria com Fernando Brant). Como o grupo também grava o LP Milton, como banda de acompanhamento.
1971 Com o Som Imaginário acompanha Gal Costa em turnê nacional e em temporada nos teatros Opinião (RJ) e Vereda (SP), tendo gravado com o grupo a canção Sua estupidez no compacto duplo FATAL – Gal a todo vapor (primeiro LP duplo da história da MPB que foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o 20° melhor disco brasileiro de todos os tempos). No mesmo ano grava o segundo LP do Som Imaginário, atuando como diretor musical, arranjador e para o qual fez a capa. Neste disco constam as composições de sua autoria Cenouras, Salvação pela Macrobiótica e Gogó, além de uma parceria com Wagner Tiso na composição A Nova Estrela, para a qual escreveu o poema lido na repetição do chorus.
1973 Depois de ter sido afastado do grupo por um complô retorna para gravação do terceiro disco, A Matança do Porco, no qual fica responsável pelos solos nas músicas Armina, A Matança do Porco e A Nova Estrela nº 2. Neste ano de retorno aos palcos lança e acompanha Raul Seixas ao lado de Wagner Tiso (piano e órgão), Milton Botelho (baixo) e Luís Carlos Santos (bateria).
1974 Inicia o ano participando do Festival de Verão na Bahia, fazendo os arranjos e dirigindo as apresentações de Luís Melodia, Rosinha de Valença e do grupo Bendegó, produzindo depois o show Festival de Outono com Ana Dragão, no qual reúne Gilberto Gil, Caetano Veloso, Walter Smeták e o grupo Bendegó. Também acompanha Gil na gravação do LP Gilberto Gil ao Vivo e participa de inúmeros shows com o cantor durante o ano.
1975 Participa da gravação do disco Refazenda fazendo duo com Gil na faixa O Rouxinol e acompanha Caetano Veloso no disco Qualquer Coisa tocando violão e viola nas faixas La Flor de la Canella e Jorge de Capadócia, além de tocar no grupo que acompanhava da cantora Wanderléa ao lado de Rosinha de Valença, Hélvius Vilela e outros.
1976 Toma conhecimento do desaparecimento do pianista Tenório Jr., ocorrido em março na Argentina, e passa a coletar documentos para seu livro O crime contra Tenório. Neste ano ainda participa de várias gravações ao lado de Rosinha de Valença, João Donato, Dona Ivone de Lara, Fafá de Belém (no lançamento de sua carreira como cantora ficou responsável pelos arranjos de seu disco de estreia, Tamba-Tajá) e dirige o grupo que acompanhou o cantor Raul Seixas em turnê nacional, empresariado por Guilherme Araújo.
1977 Participa do show na Fazenda Paraíso em Três Pontas/MG, onde reúne Milton Nascimento e Chico Buarque, com participação de Francis Hime. No palco conhece Gonzaguinha, que o convida para uma parceria musical em palco e disco que duraria até 1984, tendo participado das gravações dos discos Moleque e Começaria Tudo Outra Vez. Em agosto inicia temporada pelo país com Gonzaguinha, depois de uma temporada de sucesso no Teatro da Praia (RJ), tendo participado ao lado do cantor em parceria com a cantora Marlene, do Projeto Pixinguinha. No final do ano grava o disco Gonzaguinha da Vida.
1978 Integra o grupo Modo Livre com Gilson Peranzetta, Fred Barbosa e João Cotez, com o qual acompanha Ivan Lins e grava o LP Nos Dias de Hoje.
1979 Retorna ao trabalho com Gonzaguinha fazendo longa temporada pelo interior de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Também integra a caravana que vai a Cuba para os festejos do Carifesta, Festival de Música do Caribe, e participa da Conferência dos Países não Alinhados.
1980 Grava o disco De volta ao começo de Gonzaguinha.
1981 Grava seu disco Aurora Vermelha, conquistando o maior número de prêmios alcançado por um disco instrumental até então no Brasil. O maestro canadense Gil Evans, que lançou Miles Davis, o Cool Jazz e reformulou a visão orquestral jazzística, define Fredera, através deste disco, como sendo “padrão de composição contemporânea brasileira”, tendo transcrito a obra, assinado e enviado para as escolas de música norte-americanas, dentre as quais a University of California (Berkeley) e a The Juilliard School. Entre as premiações e indicações estão os prêmios PCA e o Jazz Paul.
1982 Grava ao lado de Sueli Costa, Pascoal Meirelles, Maricene Costa e inicia oficialmente sua atividade como orquestrador para pequenos grupos.
1984 Depois de intensa atividade musical entre Rio e São Paulo e com vários shows apresentando o repertório do disco, decide abandonar a atividade de acompanhante que iniciara com Milton Nascimento em 1970 e se transfere para o sul de Minas, onde passa a se dedicar às Artes Plásticas e à Literatura.
1985 É premiado no Salão Poços-caldense de Pintura com suas obras.
1986 Realiza exposições de suas obras no Rio de Janeiro (galeria de arte do Consulado Geral da França e no Maison de France), em Belo Horizonte (Salão da Associação Médica) e em São Paulo (Salão Clube Pinheiros).
1987 Passa um período em Belo Horizonte expondo ao lado da artista plástica Mônica Sartori.
1988 Muda-se para Três Pontas/MG para iniciar novo trabalho através da Oficina do Novo Som e funda a F Galeria, onde expõe suas obras e trabalha orientando e descobrindo novos talentos nas Artes Plásticas e na Música.
1989 Retorna a Alfenas e instala seu Ateliê na cidade.
1990 Funda a Preservation Music Orchestra, reunindo músicos locais numa iniciativa inédita na região para trabalhar com um repertório que vai de Glenn Miller a Tom Jobim, passando por Henry Mancini e pela dupla Durval Ferreira e Maurício Einhorn.
1991 Encerra o trabalho com a orquestra e passa a se dedicar à pintura e à escultura, retomando seu trabalho como educador musical. Neste mesmo ano começa a escrever o livro O Crime contra Tenório – Saga e Martírio de um Gênio do Piano Brasileiro, relatando fatos até então desconhecidos sobre o desaparecimento do músico Francisco Tenório Jr. em Buenos Aires, ocorrido em março de 1976, sendo também um profundo estudo sobre a evolução e a crise da música instrumental brasileira e sobre a hegemonia da canção multinacional de mercado sobre a cultura e arte brasileiras.
1992 Cria um quinteto de jazz tendo como sideman o grande pianista Osmar Barutti, integrante do grupo Onze e Meia, do apresentador Jô Soares.
1993 Realiza inúmeras apresentações com o quinteto em casas de jazz de São Paulo e é convidado para participar do talk show Jô Soares Onze e Meia, no qual menciona o desaparecimento do pianista Tenório Júnior e fala sobre a crise na música brasileira.
1994 Dedica-se ao livro O Crime contra Tenório fazendo um profundo levantamento histórico sobre os fatos que levaram ao doloroso fim do pianista e amigo, concomitante à sua atividade como educador musical e como assessor cultural na Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS).
1995 Lança o livro O Crime contra Tenório em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, com adesão de músicos de renome no cenário brasileiro.
1996 Prossegue na divulgação do livro obtendo a maior repercussão de imprensa já vista até então para um livro sobre uma questão musical nacional.
1997 Grava o disco Fredera e Nenê com o quinteto de jazz, composto por Osmar Barutti (piano), Paulinho Oliveira (saxofones), Lito Robledo (baixo) e William Caram (bateria). A gravação ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro e conta com a participação do violonista Paulinho Nogueira.
1998 e 1999 Trabalha na divulgação do disco e do livro no sul de Minas Gerias, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
2000 É convidado para escrever artigos sobre música e cultura para a revista Caros Amigos e funda o semanário O Apito, onde aborda questões de relevância nacional e internacional. Aprofunda suas análises e críticas sobre a crise pela qual passa a música instrumental brasileira, relacionando-a com uma comprovada intervenção internacional na música e na cultura brasileiras.
2003 Encerra as edições do jornal O Apito e passa a se dedicar apenas ao trabalho de assessor cultural na Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), além de participar do projeto Alfenas Experimental, onde reunia músicos locais, a banda Echoes e músicos convidados de Belo Horizonte.
2004 Inicia seu trabalho com estudantes de música instrumental e jazz na cidade e participa da reformulação de programação da Rádio Universidade.
2005 Começa a escrever Luís Gonzaga Jr. – A Paixão da Conquista, livro que revela uma biografia especial de Gonzaguinha ao mesmo tempo em que desvenda fatos inéditos de sua parceria de seis anos ao lado do cantor.
2006 Inicia o trabalho com a Oficina de Guitarra e Baixo como professor do Conservatório Municipal de Alfenas, dirigindo grupos de alunos e formando solistas de jazz e de música contemporânea.
2014 Inicia a gravação do disco Balada a um Anjo na Terra.
2015 Depois de anos de empenho no enfrentamento do câncer da filha Iris Rosa de Oliveira, que resulta em sua passagem ocorrida em janeiro, passa então a se preparar para o lançamento do disco Balada a um Anjo na Terra – Iris Blues, último de sua carreira, que iniciara no ano anterior por determinação da filha que lhe impôs que não o deixasse de gravar.
2016 Avança na gravação do disco, chegando à fase de mixagem.
2018 Se prepara para o pré-lançamento do disco junto com o lançamento comercial do livro O Crime contra Tenório, pela Cria Editora, além de realizar apresentações com sua Oficina de Guitarra e Baixo.
O Lendário Fredera
Um dos grandes personagens da música brasileira nasceu Frederico Mendonça de Oliveira, tendo se tornando posteriormente o lendário guitarrista Fredera – e não Frederah (Acrescentaram-lhe um h no nome para atender os propósitos da numerologia, algo que tratou logo de dispensar: “Não tem essa de h”). Músico, compositor, artista plástico e escritor, Fredera nasceu no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, e aprendeu música ouvindo jazz e música erudita no rádio e na discoteca da família.
De 1968 a 1969 tocou para dança na noite carioca, tendo integrado posteriormente o grupo Turma da Pilantragem, com o qual lançou dois LPs homônimos. Na década de 1970 passou a integrar o grupo Som Imaginário, criado para acompanhar Milton Nascimento quando do relançamento de sua carreira como cantor e compositor. A partir disso o grupo lançou os LPs Som Imaginário (1970), Som Imaginário (1971) e Matança do Porco (1973).
Entre seus parceiros musicais estão Fernando Brant e Wagner Tiso, com quem integrou o Clube da Esquina. Suas canções foram gravadas por artistas como Marcos Valle, Maricenne Costa e pelo grupo Roupa Nova, tendo atuado ao longo de sua carreira com artistas como Milton Nascimento, Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Raul Seixas, Fafá de Belém, Marcos Valle, Lô Borges, Beto Guedes, Paulo Moura, Paulinho Nogueira, Ivan Lins e Gonzaguinha. Em 1981 lançou o LP solo Aurora vermelha, disco instrumental que selou definitivamente sua carreira como guitarrista, compositor, arranjador, orquestrador e como um dos principais nomes da música brasileira e mundial.
Desde 1984 vive em uma espécie de autoexílio na cidade de Alfenas, no sul de Minas Gerais, onde se dedica ao jazz, à pintura, à escultura, aos concertos de sua Oficina de Guitarra e Baixo e ao ensino musical, passando aos seus alunos não somente notas musicais, mas também sua experiência como intelectual e artista politicamente engajado. É detentor de um repertório de informações que possibilita a seus alunos se enxergarem na condição de músicos de uma forma muito peculiar, dotando-os de um sensível olhar acerca da postura artística.
Em meio a gatos e plantas, o artista prepara para 2018 o lançamento de seu último álbum antes de sua passagem, Balada a um Anjo na Terra – Iris Blues, título e subtítulo homônimos a este filme e alusivos a sua assunção como ser e como criatura consciente de sua inserção cósmica de uma Vontade Superior.
TRAJETÓRIA ARTÍSTICA
1968 Forma com José Roberto Bertrami (depois Azymuth) e Robertinho Silva (depois Som Imaginário) um trio para dança na noite no Canecão, Rio de Janeiro, prosseguido tocando para dança e ambiente com os dois músicos na Cervejaria Schnitt. Posteriormente integra o grupo de show do Canecão com Robertinho Silva e Romildo.
1969 Forma com José Roberto Bertrami, Márcio Montarroyos, Raul de Souza, Ion Muniz, Vítor Manga e Alex Malheiros (até hoje Azymuth) o grupo Pila Sete, que acompanhava a Turma da Pilantragem, comandada por Nonato Buzar. No mesmo ano participa da gravação do LP Pilantragem Internacional, cuja proposta era submeter sucessos estrangeiros ao formato da Soul Music, estilo adotado pelo movimento Pilantragem como símbolo musical. No mesmo ano forma com Robertinho Silva, Hélio Celso Suarez, Oberdan Magalhães, Bill Vogel, Romildo Baixista, Betinho Esparadrapo e Raul de Souza o Impacto Oito, grupo para dança onde atuou como músico, arranjador e diretor musical, tendo o preparado para gravar o LP Impacto Oito, ficando responsável pelos arranjos.
1970 Ingressa no grupo Som Imaginário em sua terceira formação, com o qual participa do show de Milton Nascimento na Sucata, Rio de Janeiro, e com quem grava o LP Som Imaginário (no qual constam suas composições Sábado, Nepal e A Pantera, esta última em parceria com Fernando Brant). Como o grupo também grava o LP Milton, como banda de acompanhamento.
1971 Com o Som Imaginário acompanha Gal Costa em turnê nacional e em temporada nos teatros Opinião (RJ) e Vereda (SP), tendo gravado com o grupo a canção Sua estupidez no compacto duplo FATAL – Gal a todo vapor (primeiro LP duplo da história da MPB que foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o 20° melhor disco brasileiro de todos os tempos). No mesmo ano grava o segundo LP do Som Imaginário, atuando como diretor musical, arranjador e para o qual fez a capa. Neste disco constam as composições de sua autoria Cenouras, Salvação pela Macrobiótica e Gogó, além de uma parceria com Wagner Tiso na composição A Nova Estrela, para a qual escreveu o poema lido na repetição do chorus.
1973 Depois de ter sido afastado do grupo por um complô retorna para gravação do terceiro disco, A Matança do Porco, no qual fica responsável pelos solos nas músicas Armina, A Matança do Porco e A Nova Estrela nº 2. Neste ano de retorno aos palcos lança e acompanha Raul Seixas ao lado de Wagner Tiso (piano e órgão), Milton Botelho (baixo) e Luís Carlos Santos (bateria).
1974 Inicia o ano participando do Festival de Verão na Bahia, fazendo os arranjos e dirigindo as apresentações de Luís Melodia, Rosinha de Valença e do grupo Bendegó, produzindo depois o show Festival de Outono com Ana Dragão, no qual reúne Gilberto Gil, Caetano Veloso, Walter Smeták e o grupo Bendegó. Também acompanha Gil na gravação do LP Gilberto Gil ao Vivo e participa de inúmeros shows com o cantor durante o ano.
1975 Participa da gravação do disco Refazenda fazendo duo com Gil na faixa O Rouxinol e acompanha Caetano Veloso no disco Qualquer Coisa tocando violão e viola nas faixas La Flor de la Canella e Jorge de Capadócia, além de tocar no grupo que acompanhava da cantora Wanderléa ao lado de Rosinha de Valença, Hélvius Vilela e outros.
1976 Toma conhecimento do desaparecimento do pianista Tenório Jr., ocorrido em março na Argentina, e passa a coletar documentos para seu livro O crime contra Tenório. Neste ano ainda participa de várias gravações ao lado de Rosinha de Valença, João Donato, Dona Ivone de Lara, Fafá de Belém (no lançamento de sua carreira como cantora ficou responsável pelos arranjos de seu disco de estreia, Tamba-Tajá) e dirige o grupo que acompanhou o cantor Raul Seixas em turnê nacional, empresariado por Guilherme Araújo.
1977 Participa do show na Fazenda Paraíso em Três Pontas/MG, onde reúne Milton Nascimento e Chico Buarque, com participação de Francis Hime. No palco conhece Gonzaguinha, que o convida para uma parceria musical em palco e disco que duraria até 1984, tendo participado das gravações dos discos Moleque e Começaria Tudo Outra Vez. Em agosto inicia temporada pelo país com Gonzaguinha, depois de uma temporada de sucesso no Teatro da Praia (RJ), tendo participado ao lado do cantor em parceria com a cantora Marlene, do Projeto Pixinguinha. No final do ano grava o disco Gonzaguinha da Vida.
1978 Integra o grupo Modo Livre com Gilson Peranzetta, Fred Barbosa e João Cotez, com o qual acompanha Ivan Lins e grava o LP Nos Dias de Hoje.
1979 Retorna ao trabalho com Gonzaguinha fazendo longa temporada pelo interior de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Também integra a caravana que vai a Cuba para os festejos do Carifesta, Festival de Música do Caribe, e participa da Conferência dos Países não Alinhados.
1980 Grava o disco De volta ao começo de Gonzaguinha.
1981 Grava seu disco Aurora Vermelha, conquistando o maior número de prêmios alcançado por um disco instrumental até então no Brasil. O maestro canadense Gil Evans, que lançou Miles Davis, o Cool Jazz e reformulou a visão orquestral jazzística, define Fredera, através deste disco, como sendo “padrão de composição contemporânea brasileira”, tendo transcrito a obra, assinado e enviado para as escolas de música norte-americanas, dentre as quais a University of California (Berkeley) e a The Juilliard School. Entre as premiações e indicações estão os prêmios PCA e o Jazz Paul.
1982 Grava ao lado de Sueli Costa, Pascoal Meirelles, Maricene Costa e inicia oficialmente sua atividade como orquestrador para pequenos grupos.
1984 Depois de intensa atividade musical entre Rio e São Paulo e com vários shows apresentando o repertório do disco, decide abandonar a atividade de acompanhante que iniciara com Milton Nascimento em 1970 e se transfere para o sul de Minas, onde passa a se dedicar às Artes Plásticas e à Literatura.
1985 É premiado no Salão Poços-caldense de Pintura com suas obras.
1986 Realiza exposições de suas obras no Rio de Janeiro (galeria de arte do Consulado Geral da França e no Maison de France), em Belo Horizonte (Salão da Associação Médica) e em São Paulo (Salão Clube Pinheiros).
1987 Passa um período em Belo Horizonte expondo ao lado da artista plástica Mônica Sartori.
1988 Muda-se para Três Pontas/MG para iniciar novo trabalho através da Oficina do Novo Som e funda a F Galeria, onde expõe suas obras e trabalha orientando e descobrindo novos talentos nas Artes Plásticas e na Música.
1989 Retorna a Alfenas e instala seu Ateliê na cidade.
1990 Funda a Preservation Music Orchestra, reunindo músicos locais numa iniciativa inédita na região para trabalhar com um repertório que vai de Glenn Miller a Tom Jobim, passando por Henry Mancini e pela dupla Durval Ferreira e Maurício Einhorn.
1991 Encerra o trabalho com a orquestra e passa a se dedicar à pintura e à escultura, retomando seu trabalho como educador musical. Neste mesmo ano começa a escrever o livro O Crime contra Tenório – Saga e Martírio de um Gênio do Piano Brasileiro, relatando fatos até então desconhecidos sobre o desaparecimento do músico Francisco Tenório Jr. em Buenos Aires, ocorrido em março de 1976, sendo também um profundo estudo sobre a evolução e a crise da música instrumental brasileira e sobre a hegemonia da canção multinacional de mercado sobre a cultura e arte brasileiras.
1992 Cria um quinteto de jazz tendo como sideman o grande pianista Osmar Barutti, integrante do grupo Onze e Meia, do apresentador Jô Soares.
1993 Realiza inúmeras apresentações com o quinteto em casas de jazz de São Paulo e é convidado para participar do talk show Jô Soares Onze e Meia, no qual menciona o desaparecimento do pianista Tenório Júnior e fala sobre a crise na música brasileira.
1994 Dedica-se ao livro O Crime contra Tenório fazendo um profundo levantamento histórico sobre os fatos que levaram ao doloroso fim do pianista e amigo, concomitante à sua atividade como educador musical e como assessor cultural na Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS).
1995 Lança o livro O Crime contra Tenório em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, com adesão de músicos de renome no cenário brasileiro.
1996 Prossegue na divulgação do livro obtendo a maior repercussão de imprensa já vista até então para um livro sobre uma questão musical nacional.
1997 Grava o disco Fredera e Nenê com o quinteto de jazz, composto por Osmar Barutti (piano), Paulinho Oliveira (saxofones), Lito Robledo (baixo) e William Caram (bateria). A gravação ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro e conta com a participação do violonista Paulinho Nogueira.
1998 e 1999 Trabalha na divulgação do disco e do livro no sul de Minas Gerias, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
2000 É convidado para escrever artigos sobre música e cultura para a revista Caros Amigos e funda o semanário O Apito, onde aborda questões de relevância nacional e internacional. Aprofunda suas análises e críticas sobre a crise pela qual passa a música instrumental brasileira, relacionando-a com uma comprovada intervenção internacional na música e na cultura brasileiras.
2003 Encerra as edições do jornal O Apito e passa a se dedicar apenas ao trabalho de assessor cultural na Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), além de participar do projeto Alfenas Experimental, onde reunia músicos locais, a banda Echoes e músicos convidados de Belo Horizonte.
2004 Inicia seu trabalho com estudantes de música instrumental e jazz na cidade e participa da reformulação de programação da Rádio Universidade.
2005 Começa a escrever Luís Gonzaga Jr. – A Paixão da Conquista, livro que revela uma biografia especial de Gonzaguinha ao mesmo tempo em que desvenda fatos inéditos de sua parceria de seis anos ao lado do cantor.
2006 Inicia o trabalho com a Oficina de Guitarra e Baixo como professor do Conservatório Municipal de Alfenas, dirigindo grupos de alunos e formando solistas de jazz e de música contemporânea.
2014 Inicia a gravação do disco Balada a um Anjo na Terra.
2015 Depois de anos de empenho no enfrentamento do câncer da filha Iris Rosa de Oliveira, que resulta em sua passagem ocorrida em janeiro, passa então a se preparar para o lançamento do disco Balada a um Anjo na Terra – Iris Blues, último de sua carreira, que iniciara no ano anterior por determinação da filha que lhe impôs que não o deixasse de gravar.
2016 Avança na gravação do disco, chegando à fase de mixagem.
2018 Se prepara para o pré-lançamento do disco junto com o lançamento comercial do livro O Crime contra Tenório, pela Cria Editora, além de realizar apresentações com sua Oficina de Guitarra e Baixo.